segunda-feira, 23 de junho de 2008

Pra encerrar com uma boa lembrança



Senhora Elisabetta Fornaini, uma típica mamma italiana, como nunca pensei que pudesse existir e que me acolheu durante 15 dias enquanto estudava italiano em Florença.

Numa cidade que, pra ser sincero, só me pareceu bela DENTRO das igrejas, galerias e museus (porque do lado de fora é de um trânsito totalmente biruta, e um tanto suja, ainda que tenha excelentes restaurantes, lojas e camelôs), a Senhora Fornaini vai ser minha melhor recordação.

Gente e gentalha na Ponte Velha



A gentalha são os ricaços esnobes.

Detalhe da porta número dois do Batistério



A porta demorou 50 anos pra ser concluída.

Piano de época, na Casa da Música

Otto Nicolai, fundador da Filarmônica de Viena

Foto no museu da Filarmônica - primeiro andar da Casa da Música.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Deus salve a Rainha!

Muito bom poder ser entendido em terra de ninguém. Meu exame de proficiência de inglês após as quatro semanas de aulas em Dublin foi o mochilão Varsóvia-Praga-Viena, quando a língua de Sua Majestade foi minha salvação.

Todo mundo nos albergues fala inglês - em Varsóvia eles não têm sotaque e te entendem numa boa, como pode não ocorrer p. ex. em Praga. No meio da rua é sem bronca abordar os pedestres com a pergunta mágica "Do you speak English?", quatro entre cinco respondem "Yes". Só não dá pra exigir isso do pessoal que dá duro e não tem tempo nem teve condições de estudar além do essencial, como no metrô, nas bancas de revista, nos mercados.

Eu dizia que ou morria de fome ou falava inglês direito de uma vez por todas - não foi bem assim. A necessidade fala mais alto, basta você mostrar o que quer comer/beber e o vendedor ter uma calculadora em mãos pra digitar o preço. Em Viena, eu já havia me mancado de parar de procurar por um English-speaker em supermercados. Eu entrava, pegava o que queria, ia pro caixa e só acenava com a cabeça quando recebia o troco. Bastava.

Ainda pensei em ressuscitar o que meus professores Jahilton e Ingrid me ensinaram, tipo "Ich möchten ein Mineral Wasser ohne Gas, bitte", mas não quis passar vergonha. Preferi o "Thank you" ao "Danke schön".

Vale dizer que não há o menor problema em falar inglês em Florença já que no meio da rua é americano pra todo lado e na escola a maioria dos alunos domina o inglês, quando não é dos EUA, da Austrália etc.

Hrvatska!

Alguns sabem que eu tenho uma estimada (e cobiçada) camisa da Croácia. Levei-a pra Europa - com certo receio de ser confundido com um larápio, porque é o que os europeus do oeste pensam dos que vêm do leste - mas foi uma beleza.

No segundo albergue onde fiquei em Viena (o primeiro duplicou o preço dos quartos por conta da Eurocopa e eu precisei ficar uma noite a mais do que a previsão inicial), um dia antes da estréia da Croácia contra a Áustria, quase que só tinha croata.

Três deles me viram com o notebook (a conexão lá era beleza, diferente daqui da minha escola em Florença, onde houve alguma incompatibilidade de confirguração) e me pediram pra transferir uma fotos de uma câmera para um iPod de um deles. Pois aproveitei pra fazer amizade com o grupo e mostrei a camisa quadriculada que levava na bagagem, explicando minha simpatia pelo país de Suker, ainda que eu não saiba uma palavra de servo-croata.

Pois o dono do iPod, chamado Hrvoje (diz-se "Ervôie"), ficou tão meu amigo que meu presenteou com uma cerveja. No geral, eram gente fina, embora haja alguns visíveis desordeiros - coisa infelizmente trivial nas torcidas.

Foi igualmente inesquecível testemunhar a Invasão Croata de Viena. No dia em que falei pra equipe da Record, uma sexta, não tava o menor clima de Eurocopa e mal havia um torcedor uniformizado na rua. No sábado tudo mudou: a partir do primeiro momento em que vi um "quadriculado", o branco misturado com vermelho só cessou quando meu ônibus deixou a rodoviária, no domingo dia 8.

Mais de 50 mil croatas, segundo os jornais de Viena. Um episódio muito bonito e inédito por lá.

Só vesti a camisa croata uma vez na Irlanda e ontem em Florença; em Dublin nada de mais, mas em Florença impossível me esquivar dos olhares. Teve quem passasse do meu lado gritando "Ilic!" e outros "Forza, Croazia!". Pelo menos finalmente fui confundido com um europeu dentro da Europa, porque quando abro a boca não dá pra esconder meu "latin accent" (sotaque latino) em inglês.

Fiz bem em não levar a da Romênia, porque há muitos ladrões romenos na Irlanda e eles também não são benquistos aqui na Itália.

Explode coração

Aqui em Florença é cigano em todo lugar do centro da cidade. Na verdade tem em quase todas as cidades importantes da Europa e eles se vestem mesmo como naquela novela de Glória Perez. Descobri que alguns falam servo-croata (iugoslavo) porque quando vim de Viena, tinha um casal de meia-idade com sua neta no mesmo ônibus que eu. Falavam uma língua estranha, cheia de consoantes, como são as línguas eslavas, mas quando vi que o homem também falava italiano aproveitei uma parada técnica pra puxar conversa e perguntar que idioma era aquele, que apesar de estranho era muito bonito.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

domingo, 8 de junho de 2008

Com esse daí fiz questão de tirar uma foto

"Lá vem o pato. Pato aqui, pato acolá..."

"...Lá vem o pato para ver o que é que há."

Mas isso é um casal de marrecos.

Catedral gótica é o que há

Essa roseta é a da Catedral de S. Vítor, em Praga. Não entrei nela porque tinha muita gente.

Antes, já tinha ido na de Santo Egídio, em Edimburgo, e depois fui na de Santo Estêvão, em Viena.

Por que Smetana é o pai da música tcheca



"Espero que, se eu não tiver chegado ainda ao objetivo que defini para mim mesmo, estou pelo menos me aproximando dele. O objetivo é provar que nós tchecos não somos meros músicos práticos - como as outras nações nos apelidam dizendo que nosso talento repousa somente em nossos dedos, porém não em nossos cérebros - mas que nós também somos dotados de força criativa, sim, que nós temos nossa própria e característica música."

Jabkenice, 17 de janeiro de 1880.

***

Não, não sei tcheco. Abaixo dos dizeres na língua natal de Smetana tinha a tradução para o inglês.

Museu Bedřich Smetana



Taí a estátua de Smetana, rodeada pelas inconvenientes mesas de um café vizinho ao museu.



Não cumpri minha promessa ipsis litteris porque simplesmente me esqueci de salvar uma gravação de O Moldava no meu laptop (e não tive tempo de ficar conectando no eMule), porém - por mais que Dvořák seja meu compositor tcheco favorito - é impossível não circular pela cidade sem recordar o tempo todo do poema sinfônico. Essa obra é a que mais simboliza Praga.

***

No interior do museu, que é pequeno mas não tem o aspecto velho do de Dvořák. O piano em primeiro plano à direita pertenceu a Smetana.

Edifício dançante

É como esse edifício é chamado, mas descobri outro apelido que tem mais a ver: a casa bêbada.

sábado, 7 de junho de 2008

Se...

Teatro da Ópera Nacional de Praga.



Se Praga tivesse a limpeza e a civilidade dos habitantes de Varsóvia e a eficiência de Viena seria a melhor cidade do mundo pra se fazer turismo, porque a arquitetura tcheca é única e admirável.

Mas em Varsóvia você não vê um prédio no centro que esteja pichado ou com fuligem; em Viena há poucas pichações, mesmo assim não nos prédios históricos.

Duas cidades brasileiras magníficas seguem esse exemplo de desleixo de Praga (inclusive no quesito calçadas quebradas), com todo o patrimônio que possuem: o Recife e o Rio de Janeiro. Não adiantaria fazer limpeza periódica das fachadas dos prédios: se o povo é porco, os edifícios, por mais bonitos que sejam, viram pocilga.

Museu Antonín Dvořák

Não teve muita graça. É pequeno e obsoleto, mas pra quem quer comprar CDs e partituras, tá valendo (eu me contive).

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Museu Frédéric Chopin

Fechado para reformas de 18 de maio de 2008 a 10 de março de 2010. Perdi de ver por questão de alguns dias.



Pelo menos entrei na Academia de Música que leva o nome do franco-polaco.

Ô, terra de mulher bonita!



Os únicos canhões que encontrei por lá foram esses, no Museu Militar da Polônia.

Me arrombei

Toda semana ganhei calos nas solas dos pés durante essa viagem, mas nada comparado ao primeiro dia de caminhada em Varsóvia. Depois de oito horas e meia e pelo menos 20 km andando fiquei manco. O segundo dia de caminhada foi moderado e penoso. Aí nos três dias seguintes, já em Praga, não dava mais pra usar tênis, então recorri aos chinelos.

Palácio da Cultura

Elefante branco presenteado por Stálin, construído entre 52 e 55 (o tirano morreu em 53, mas a URSS não ia perder de consolidar um símbolo de seu domínio). Depois da queda do regime comunista, os poloneses pensaram em demoli-lo, mas viram que é financeiramente inviável e hoje as novas gerações o toleram.

É o prédio mais alto do país - resolvi pagar os 15 zloty (5 euros) para subir, mas fiquei decepcionado em parte. A vista é bela, mas você não vai até o andar mais alto - daria pra subir mais uns 50 ou 70 metros, estimo, sem falar que todas as placas de informação estão somente em polonês, nada de inglês.

Tem um pequeno centro de ciências para crianças no último andar (andar para visitantes) e tava bem freqüentados por turmas de escolas primárias e ginasiais.



Pela primeira vez vi pavão solto num parque

E ainda cantando, em época de acasalamento. Não sabia nem que pavão cantava

Soldados impassíveis, guardando a chama que nunca deve ser apagada pelos mortos na I Guerra

Saaaan-toooos

Não me lembro do nome desse teatro em Varsóvia (tô sem tempo de pesquisar), mas queria encontrar o teatro onde estreou a Santos Football Music, em 1974. Curiosamente, em vez de eu me lembrar de uma música de Chopin ao andar pela capital polonesa, só me lembrava da peça de Gilberto Mendes, em particular daquele belo acorde inicial repetido ad nauseam.

Um monumento a todos aqueles que lutaram pela defesa da Polônia

Vai, vai, pombinha

"(...) Deixa isso pra lá, vem pra cá o que é que tem. Eu não tô fazendo nada, você também".

Relembrando Jair Rodrigues

Auto-retrato em Varsóvia


Despenteado e estranhando a câmera.

Ursinhos

A frescura das vaquinhas pintadas que tem no Rio de Janeiro era com ursinhos em Varsóvia. Cada um representando um país.

A terra gira em torno do Sol


Nicolau Copérnico, em frente da Academia Polonesa de Ciências.


quarta-feira, 4 de junho de 2008

M*rd* de nota

Quando estive em Belfast, ha quase duas semanas (perdoem a falta de acentos, usando um teclado tcheco), saquei uma nota de vinte libras e nao a gastei; guardei pra converte-la depois. Pois ela se mostrou tao imprestavel quanto dinheiro do Zimbabue ou do Nepal: nenhuma casa de cambio ou banco na Polonia e na Rep. Tcheca aceita notas de libras norte-irlandesas (que sao diferentes das inglesas, galesas e escocesas), so as emitidas em Londres, ai to com essa porcaria sem poder converter...